Texto embaralhado
Objetivos
• Estruturar textos de forma coerente e coesa.
• Refletir sobre os elementos responsáveis pela coesão dos parágrafos e construção do sentido do texto.
Ponto de partida
Texto completo
Garoto linha dura
Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a bola de bico por cima do travessão, a dita foi de contra a uma vidraça e despedaçou tudo. Pedrinho botou a bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com medo de ser espinafrado pelo pai.
Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a mulher disse que foi o Pedrinho, mas que o menino estava com medo de ser castigado, razão pela qual ela temia que a criança não confessasse o seu crime.
O pai chamou o Pedrinho e perguntou: - Quem quebrou o vidro, meu filho?
Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima idéia. O pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para depois.
Na hora em que o jantar ia para a mesa, o pai tentou de novo: - Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? - e, ante a negativa reiterada do filho, apelou: - Meu filhinho, pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.
Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou:
- Quem quebrou foi o garoto do vizinho.
- Você tem certeza?
- Juro.
Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo. Pedrinho concordou que era a melhor solução e jantou sem dar a menor mostra de remorso. Apenas - quando o pai fez ameaça - Pedrinho pensou um pouquinho e depois concordou.
Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e, já chateadíssimo, rumou para a casa do vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha idéias revolucionárias. Virou-se para o pai e aconselhou:
- Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não pergunte nada a ele não. Quando ele vier atender à porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.
(Stanislaw Ponte Preta, Dois amigos e um chato. São Paulo, Moderna, 1995.)
Texto embaralhado
É necessário xerocar o texto em uma folha mais resistente do que a sulfite, depois é preciso recortar e montar um jogo para cada dupla ou trio da turma. Coloque os pedacinhos de texto em um envelope.
Garoto linha dura
Na hora em que o jantar ia para a mesa, o pai tentou de novo: - Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? - e, ante a negativa reiterada do filho, apelou: - Meu filhinho, pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.
Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a mulher disse que foi o Pedrinho, mas que o menino estava com medo de ser castigado, razão pela qual ela temia que a criança não confessasse o seu crime.
O pai chamou o Pedrinho e perguntou: - Quem quebrou o vidro, meu filho?
Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não pergunte nada a ele não. Quando ele vier atender à porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.
Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e, já chateadíssimo, rumou para a casa do vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha idéias revolucionárias. Virou-se para o pai e aconselhou:
- Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou:
- Quem quebrou foi o garoto do vizinho.
- Juro.
- Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima idéia. O pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para depois.
Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo. Pedrinho concordou que era a melhor solução e jantou sem dar a menor mostra de remorso. Apenas - quando o pai fez ameaça - Pedrinho pensou um pouquinho e depois concordou.
Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a bola de bico por cima do travessão, a dita foi de contra a uma vidraça e despedaçou tudo. Pedrinho botou a bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com medo de ser espinafrado pelo pai.
- Você tem certeza?
Estratégias
1) Organizar os alunos em duplas ou trios e entregar um envelope com texto embaralhado para cada grupo. Em seguida, oriente os alunos sobre a importância de observar atentamente cada parágrafo antes de montar o texto. Durante a realização da tarefa, observe as hipóteses levantadas pelos alunos para no momento da correção retomar dúvidas quanto à coesão e sentido do texto.
2) Realizar a correção oralmente e anotar na lousa as hipóteses e dúvidas da turma. Em seguida, entregue um texto completo para cada grupo e deixe que façam as correções e compreendam as escolhas do autor.
3) Retomar estudo sobre coesão e uso dos sinais de pontuação para construção dos sentidos do texto a partir do desempenho da turma.
Comentários
Após a montagem do texto, seria interessante propor algumas questões de interpretação e sugerir que os alunos continuassem o texto mostrando o que aconteceu quando o vizinho abriu a porta.
Ditado lacunado
Objetivos
• Refletir sobre as relações entre som e letra na língua portuguesa.
• Refletir sobre regularidades e irregularidades ortográficas.
• Grafar e acentuar corretamente as palavras.
Ponto de partida
Escolher o texto que será objeto da reflexão sobre grafia e acentuação das palavras. Nesse plano, utilizaremos o texto O ballet da ortografia, de Leon Eliachar, mas há muitas possibilidades.
Texto completo para reflexão inicial
O ballet da ortografia
Às vezes quero dizer que saí e mandam botar acento no "i", porque se tirar o acento, quem sai não sou eu, é o outro - e é aí que está a diferença. Falam-me de ditongos, em hiatos, em dissílabos e proparoxítonas - palavras que me trazem amargas recordações de uma infância cheia de zeros. Quando vou a uma festa, nunca sei se devo dançar com "ç" ou com "s". Só depois dos primeiros passos é que percebo que quem dansa com "s" não sabe dançar. E quem sabe dançar fica cansado, com "s", pois só analfabeto se cança com "ç". Buzina é com "z", mas quem pode me garantir que se eu businar com "s" ninguém vai ouvir? Caçar é com "ç", mas também tem cassar com "ss" - mas isso se explica: caça-se um bicho e cassa-se um documento. Só não se pode cassar o documento de um sujeito que esteja caçando sem documento. Que a língua portuguesa tem seus truques, lá isso tem: o próprio truque, com "que" é uma adaptação do "truc" francês, provando que o truque brasileiro tem um certo "q". Mas isso não impede que o balé brasileiro seja dançado em francês, pois a palavra "ballet" impressionava mais, tanto que a usei no título. Mas vamos deixar isso pra lá que é falando que a gente se entende e não escrevendo.
(ELIACHAR, Leon. O Homem ao Cubo)
Sugestão de texto lacunado para aplicação do ditado
O ballet da ortografia
Às vezes quero dizer que saí e mandam botar ______________ no "i", porque se tirar o ____________, quem sai não sou eu, é o outro - e é aí que está a diferença. Falam-me de ditongos, em hiatos, em _________________ e proparoxítonas - palavras que me trazem amargas recordações de uma ______________ cheia de zeros. Quando vou a uma festa, nunca sei se devo _____________ com "ç" ou com "s". Só depois dos primeiros passos é que percebo que quem dansa com "s" não sabe __________. E quem sabe ___________ fica cansado, com "s", pois só analfabeto se cança com "ç". ____________ é com "____", mas quem pode me garantir que se eu ____________ com "__" ninguém vai ouvir? Caçar é com "ç", mas também tem cassar com "ss" - mas isso se explica: _________-se um bicho e ___________-se um documento. Só não se pode __________ o documento de um sujeito que esteja ___________ sem documento. Que a língua portuguesa tem seus truques, lá isso tem: o próprio truque, com "que" é uma adaptação do "truc" ___________, provando que o truque brasileiro tem um certo "q". Mas isso não impede que o balé brasileiro seja dançado em ____________, pois a palavra "ballet" _____________ mais, tanto que a usei no título. Mas vamos deixar isso pra lá que é falando que a gente se entende e não escrevendo.
Estratégias
1. Antes de realizar o ditado, é necessário ler o texto uma vez e discutir com os alunos a questão da grafia das palavras, mostrando, a partir dos apontamentos da turma, que há na língua algumas regularidades, que devem ser observadas na escrita, e irregularidades, nesse caso o jeito é memorizar a grafia ou recorrer ao dicionário.
2. Depois da leitura e conversa inicial, a atividade do ditado pode ser aplicada. Cada aluno recebe uma folha com o texto lacunado. Em seguida, a professora realiza a leitura do texto e os alunos completam os espaços.
3. A correção pode ser feita na lousa ou com o uso de transparência. O importante é deixar os alunos apresentarem suas hipóteses e refletir sobre a grafia e como solucionar as dúvidas em cada caso. Pode-se montar um mural com as conclusões da turma.
Comentários
É possível realizar ditado lacunado para cada tipo de regularidade ortográfica. É bom ter um arquivo com textos mais adequados para cada assunto e na hora do estudo diversificar as atividades. O ditado lacunado com letras de música também é muito interessante.
Redação de manchetes
Objetivos
1) Desenvolver uma atitude crítica em relação à leitura tomando como partida manchetes de jornal.
2) Elaborar a interpretação do texto e motivar os alunos para a leitura do texto jornalístico.
Estratégias
1) Levar um jornal para a sala de aula.
2) Destacar uma manchete para ser trabalhada.
3) Dividir a classe em grupos.
4) Realizar a leitura da manchete e da notícia que ela encabeça.
Atividades
1) Solicitar que cada grupo identifique em uma folha:
• os personagens principais da notícia.
• o verbo que indica o acontecimento.
• o local do acontecimento.
• o tempo em que o fato ocorreu.
2) Feito isto, cada grupo deverá redigir uma nova manchete para a notícia.
3) Escolher uma pessoa do grupo para fazer a leitura em voz alta da manchete escrita.
4) Ao final, propor a cada grupo a redação de um texto explicando a manchete por ele criada.
Textos com recortes
Objetivo
Produzir textos coletivos a partir de recortes de revistas ou jornais.
Estratégias
1) Criar um texto a partir das palavras dos recortes, para verificar sua estrutura, coesão e coerência.
2) Dividir os alunos em duplas.
Atividades
1) Distribuir os recortes de revista para cada uma das duplas.
2) Estabelecer um tema a partir da coletânea de recortes.
3) Pedir para cada dupla construir frases com as palavras dos recortes e escrevê-la no caderno, formando uma redação.
4) Ler o texto de cada dupla em voz alta em conjunto com a classe.
5) Corrigir os problemas ortográficos que encontrar e sugerir alterações.
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