Biografia
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza (CE), no dia 17 de novembro de
1910. Era filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, uma
prima distante de José de Alencar, autor de "O Guarani".
Residiu até os três anos em Quixadá, no interior do Estado, onde seu pai
exercia a função de Juiz de Direito. Em 1913, sua família voltou à capital
cearense, pois o pai foi nomeado promotor. Um ano depois ele demitiu-se do
cargo e passou a lecionar no Liceu de Fortaleza e a alfabetizar informalmente
sua filha Rachel.
Em julho de 1917, transferiram-se para o Rio de Janeiro. O motivo foi a
seca que assolou a região em 1915, episódio dramático que mais tarde foi
narrado pela romancista em O Quinze, seu primeiro
livro. A família permaneceu pouco tempo nas terras cariocas, de onde logo
migrou para Belém do Pará e, após dois anos, regressou para Fortaleza.
Essa peregrinação durante a infância colaborou para que Rachel não
freqüentasse uma escola até os 10 anos, quando foi matriculada no Colégio da
Imaculada Conceição, para o curso normal. Diplomou-se aos 15 anos de idade, em
1925. Essa foi a sua única experiência com a educação formal.
Ainda em 1925, os Queiroz foram morar em Quixadá, na fazenda da família.
Lá, Rachel dedicou-se à leitura de autores nacionais e europeus, e ensaiou seus
primeiros escritos. Ela estreou no jornalismo em 1927 ao publicar, sob o
pseudônimo de Rita de Queluz, um texto no jornal O Ceará, onde se
tornou redatora efetiva.
Com a publicação de O Quinze, em 1930, a
escritora inaugurou o ciclo do romance nordestino, de fundo social. A crítica
carioca da época recebeu com entusiasmo a obra e concedeu-lhe em 1931o prêmio
da "Fundação Graça Aranha". A partir daí, Rachel destacou-se no
cenário literário brasileiro.
Outros romances vieram. João Miguel foi publicado
em 1932, Caminho de Pedrasem 1937, As Três Marias em 1939. Seu
quinto romance, Dora Doralina, foi escrito após um intervalo de 36
anos e a primeira edição saiu em 1975.
Essa pausa não significou que a romancista tenha deixado de produzir. Em
1950, escreveu O Galo de Ouro, que foi divulgado em folhetins pela revista O Cruzeiro e publicado
em livro apenas em 1985.
Nos anos 1930, no Rio de Janeiro, ela conheceu integrantes do Partido
Comunista Brasileiro, ao qual se filiou e ajudou a fundar a sede cearense do
partido. Porém, rompeu com a militância quando quiseram censurar o seu livroJoão Miguel.
Casou-se com o poeta José Auto da Cruz Oliveira, em 1932. Um ano depois,
nasceu sua única filha Clotilde, que faleceu com 18 meses vítima de septicemia.
A experiência da maternidade interrompida transparece em alguns de seus
romances. Em 1939 seu casamento foi desfeito e Rachel mudou-se para o Rio de
Janeiro.
Durante o Estado Novo (1937-1945), seus livros foram banidos sob a
acusação de serem literatura subversiva, junto com obras de outros autores,
como Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos.
Seu segundo casamento foi com o médico Oyama de Macedo, que conheceu por
intermédio de seu primo, o escritor Pedro Nava, em 1940. Essa relação durou até
1982, quando Rachel ficou viúva.
Além dos romances, a escritora dedicou-se semanalmente à produção de
crônicas jornalísticas, na revista O Cruzeiro. Desde os anos
1930 ela colaborava com os jornais Correio da Manhã, O Jornal e Diário da Tarde, mas em 1944
tornou-se cronista exclusiva da revista, onde permaneceu até 1975. Foram mais
de 2 mil crônicas publicadas, as quais deram origem a vários de seus livros.
Rachel costumava dizer que era jornalista e que não gostava de escrever
e o fazia para sobreviver. Mesmo assim, em 1957, sua obra recebeu da Academia
Brasileira de Letras o Prêmio Machado de Assis.
O golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura de 20 anos no país,
foi apoiado por Rachel de Queiroz, que inclusive era parente próxima do presidente
Humberto Castello Branco. Essa aproximação com o regime militar gerou um
esfriamento com os círculos literários, mais voltados à defesa da democracia.
Para uma ex-comunista e trotskista assumida, a postura surpreendeu a muitos.
Em 1966, ela foi escolhida como delegada do Brasil na 21ª. Sessão da
Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), junto à Comissão dos
Direitos do Homem. No ano seguinte, passou a integrar o Conselho Federal de
Cultura, onde permaneceu até 1985.
Rachel de Queiroz tornou-se a primeira mulher a ser eleita para a
Academia Brasileira de Letras, em 1977, e passou a ocupar a cadeira número 5,
ao lado dos imortais.
O romance Memorial de Maria Moura, considerado sua
obra-prima, foi publicado em 1992 e, em 1994, foi adaptado como minissérie para
a televisão.
Junto com a sua irmã Maria Luiza, ela escreveu o livro de memórias Tantos anos, em 1995, e Não me Deixes -
Suas histórias e sua cozinha, em 2000.
A cronista, romancista e teatróloga faleceu no dia 4 de novembro de
2003, poucos dias antes de completar 93 anos, vítima de um infarto do
miocárdio, enquanto dormia na rede de sua casa, no bairro do Leblon, no Rio de
Janeiro.
Rachel de Queiroz deixou inédito o livro Visões: Maurício
Albano e Rachel de Queiroz, um registro de imagens fotográficas
e textos sobre o Ceará, terra que sempre amou.
Ao longo da carreira, publicou 23 livros individuais e quatro em
co-autoria. Além disso, traduziu 45 obras para o português. Sua obra é
reconhecida internacionalmente e já foi traduzida e publicada em francês,
inglês, alemão e japonês.
Livros da autora
Romance
·
O quinze
·
João Miguel
·
Caminho de pedras
·
As três Marias
·
Dôra, Doralina
·
O galo de ouro - folhetim na revista O
Cruzeiro
·
Obra reunida
·
Memorial de Maria Moura
Infantis
·
O menino mágico
·
Cafute & Pena-de-Prata
·
Andira
·
Cenas brasileiras - Para gostar de ler
17.
Teatro
·
Lampião
·
A beata Maria do Egito
·
Teatro
·
O padrezinho santo
·
A sereia voadora
Crônica
·
A donzela e a moura torta
·
100 Crônicas escolhidas
·
O brasileiro perplexo
·
O caçador de tatu
·
As menininhas e outras crônicas
·
O jogador de sinuca e mais historinhas
·
Mapinguari
·
As terras ásperas
·
O homem e o tempo - 74 crônicas
escolhidas
·
A longa vida que já vivemos
·
Um alpendre, uma rede, um açude: 100
crônicas escolhidas
·
Cenas brasileiras
·
Xerimbabo (ilustrações de Graça Lima)
·
Falso mar, falso mundo - 89 crônicas
escolhidas
NÃO ME DEIXES > Aconchego de Rachel de Queiroz vira atração
turística
Quixadá
> O
recanto predileto de Rachel de Queiroz, primeira escritora a ingressar na
Academia Brasileira de Letras (ABL), a fazenda Não Me Deixes, está atraindo o
interesse de centenas de escolas publicas e privadas. Somente este ano mais de
500 visitantes estiveram na propriedade rural localizada no distrito de Daniel
de Queiroz, a pouco mais de 30Km do Centro de Quixadá. Até o fim de julho mais
caravanas de Fortaleza e de cidades do Interior conhecerão a fazenda e suas
peculiaridades.
Quando chegam ao lugar, além de
apreciarem os detalhes da casa projetada pela própria escritora, muitos ficam
curiosos: porque “Não Me Deixes” ? Pacientemente os caseiros explicam a
história repetidas vezes. Em 1870 o tio-avô de Rachel de Queiroz, Arcelino de
Queiroz, deu a fazenda para um primo dela. Não demorou muito ele a vendeu para
se aventurar na exploração de borracha, no Amazonas. Quando o tio soube,
recuperou a fazenda e devolveu para o herdeiro que voltou pobre e doente. Mas o
fez prometer que não sairia mais do local e o batizaria de “Não Me Deixes”.
Alguns anos mais tarde o primo
da escritora morreu. Como não tinha herdeiros as terras foram para as mãos da
avó de Rachel, por sua vez transferidas para o pai dela, Daniel de Queiroz
Lima. Quando não tinha mais obrigações no Rio de Janeiro, onde morava, a
escritora encontrava sossego na fazenda. Ela construiu a casa em 1955. Ela
faleceu em 2003, no Rio de Janeiro. Á pedido dela a família mantém as
características originais da casa até hoje. Toda a mobília também. Por
iniciativa dela parte dos 928 hectares foram transformados em Reserva
Particular do Patrimônio Natural.
A reserva particular de
preservação tem 300 hectares e protege uma área de caatinga arbórea e arbustiva
e uma parte para uso agrícola. Foi criada pela portaria nº 148/98 do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em 5 de novembro de 1998. A área apresenta
boas condições de conservação da vegetação sendo usada para soltura de aves e
animais nativos apreendidos pelo Instituto em feiras e comércio irregular. Foi
transformada em mais um ponto turístico da Terra dos Monólitos. Todavia, para
conhecer a fazenda Não Me Deixes é preciso agendar a visita. Os contatos podem
ser mantidos através da Fundação Cultural de Quixadá. Fone (88) 3414 4647
Rachel de Queiroz nasceu em
Fortaleza, no dia 17 de novembro de 1910. Além de escritora, foi tradutora e
jornalista. É autora de destaque na ficção social nordestina. Além se ser a
primeira mulher Imortal da Academia Brasileira de Letras também foi a primeira
mulher a receber o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. É
considera por muitos a maior escritora brasileira; para os quixadaenses, com
certeza.
Estas informações foram retiradas dos mestre da literatura.
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